No dia 7 de setembro, a caminhada terá início na Praça dos Mártires, também conhecida como Passeio Público, com concentração às 14h e saída às 15h. Após uma acolhida e mística iniciais, seguiremos pelas ruas do Centro até o Poço da Draga.
A 30ª edição do Grito dos Excluídos e Excluídas, com o tema “Vida em primeiro lugar!” e o lema “Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?”, traz à tona uma reflexão profunda e necessária para o contexto atual. Para nós cristãos, essa é uma oportunidade de ecoar o projeto de Jesus Cristo, que afirmou: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10). Neste ano, nossa missão é direcionar o olhar e a voz para a urgente necessidade de políticas públicas que atendam às demandas dos excluídos e excluídas de nossa cidade, contribuindo para a construção do “Brasil que queremos”.
Neste ano, na Arquidiocese de Fortaleza, o Grito seguirá uma tradição de caminhar por um local que simbolize e evidencie o tema e o lema do ano. No dia 7 de setembro, a caminhada terá início na Praça dos Mártires, também conhecida como Passeio Público, com concentração às 14h e saída às 15h. Após uma acolhida e mística iniciais, seguiremos pelas ruas do Centro até o Poço da Draga, uma comunidade centenária que, ao longo de 117 anos, tem resistido bravamente à falta de infraestrutura, preservando suas tradições, memórias e laços afetivos com o território.
Essa edição do Grito também se propõe a refletir sobre a justiça social e climática, desafiando um sistema econômico que prioriza o lucro sobre a preservação ambiental e o bem-estar das populações mais vulneráveis. Diante dos clamores de uma vida que se esvai, não podemos nos silenciar. A justiça climática e social está no centro de nossa luta, lembrando que o cuidado com a criação e com as pessoas marginalizadas é parte essencial do nosso compromisso cristão.
Ao longo dessas três décadas, o Grito dos Excluídos e Excluídas tem sido construído coletivamente, por muitas mãos e corações, em mutirão, através de diversas atividades, seminários, encontros e marchas. A participação da Igreja, especialmente através das Pastorais Sociais, Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e outros organismos da Arquidiocese, junto a variados movimentos sociais e sindicais, tem sido crucial para dar voz a quem muitas vezes é silenciado.
Essa caminhada simboliza nossa solidariedade e nosso compromisso com a luta das populações mais vulneráveis. Ao nos unirmos à resistência da comunidade do Poço da Draga, reafirmamos nossa determinação em construir uma sociedade onde todas as formas de vida sejam respeitadas e valorizadas. Que este Grito ecoe forte, clamando por justiça, dignidade e pela vida em abundância para todos!
Como Surgiu o Grito dos Excluídos?
A proposta do Grito dos Excluídos e Excluídas nasceu em uma reunião de avaliação do processo da 2ª Semana Social Brasileira, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que aconteceu nos anos de 1993 e 1994.
O primeiro Grito ocorreu em 7 de setembro de 1995, com o lema “A vida em primeiro lugar”, e foi realizado em 170 localidades. Este evento destacou os problemas sociais ignorados pelas autoridades, revelando as dores e sofrimentos dos excluídos. Em Montes Claros/MG, em 1993, houve uma manifestação chamada “Clamor dos Sem Teto”, considerada precursora do Grito.
A CNBB assumiu oficialmente o Grito dos Excluídos e Excluídas em 1996, tornando-o parte do Projeto Rumo ao Novo Milênio. O evento é uma construção coletiva anual, envolvendo diversos grupos e movimentos sociais, e questiona os padrões de independência do Brasil. O evento é um espaço para denunciar várias formas de exclusão e refletir sobre um Brasil mais justo para todos.
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