Movimento de evangelização e promoção da dignidade humana nos presídios organiza romaria realizada em agosto
Matéria publicada em 19 de maio de 2022.
O Brasil tem atualmente a terceira maior população prisional do mundo: mais de 820 mil pessoas em contínuo e exorbitante aumento desde o início dos anos 1990, revelando a perversa política de encarceramento em massa que está em curso no país, e que tem como alvo os grupos sociais marginalizados e empobrecidos, principalmente jovens, negros e moradores das periferias e de áreas urbanas mais frágeis.
“Estive preso e vieste me visitar” (Mt 25, 36).
É com esse lema que a Pastoral Carcerária, movimento social ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), trabalha junto às pessoas presas e suas famílias, com diversas ações como evangelização e promoção da dignidade humana, luta pelo fim da política de encarceramento em massa no país, priorizar defesa da vida e integridade física das pessoas presas, atender suas necessidades pessoais, familiares e espirituais destas pessoas, entre outras atividades.
Em 2022, a Pastoral completa 50 anos de existência. Mesmo com outras pastorais estando presentes nos presídios brasileiros (Cursilho, grupos de jovens, legião Maria, Vicentinos, Movimento Familiar Cristão) já realizando assistência religiosa e promovendo momentos de lazer e educação. Neste tempo, surge também a primeira Apostila de Formação da Pastoral Carcerária, foi criada pelo Pe. Paulo Ruffier, padre Jesuíta que iniciou os trabalhos pastorais na Casa de Detenção em São Paulo.
A apostila elaborada no período que realizava as visitas tornou-se referência para todo o país e tendo sido publicada no ano de 1972. Após cinco décadas, a Pastoral Carcerária continua sua caminhada de evangelização, desafiada pela realidade que nestes últimos anos na continuidade e na fidelidade ao sonho de um mundo sem prisões, têm dado vida à Agenda Nacional pelo Desencarceramento, criando e animando as Frentes Estaduais pelo Desencarceramento, dando maior atenção à questão da mulher encarcerada e, durante a Pandemia do Covid-19, acompanhando cada agente da pastoral no seu grito de sofrimento e dor.
Nesta semana, a coordenadora nacional do movimento, a Irmã Petra Silvia Pfaller, fez um convite aos agentes e parceiros da Pastoral Carcerária Nacional para celebrar os 50 anos com uma romaria no dia 28 de agosto, no Santuário Nacional de Aparecida (SP). No convite, a religiosa destaca que a Pastoral é um dos movimentos ligados à Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB.
“A partir da década de 70, no Brasil, a Igreja se faz mais presente no cárcere com celebrações, cursos bíblicos, grupos de partilhas e acompanhamento à Jesus preso nas pessoas presas. Convido vocês a participarem deste momento nacional na Basílica de Nossa Senhora de Aparecida”, disse.
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