NOTA TÉCNICA 01/2021 DO COMITÊ CEARENSE PELA PREVENÇÃO DE HOMICÍDIOS NA ADOLESCÊNCIA
Na véspera da data de seus cinco anos de atuação, o Comitê de Prevenção e Combate à Violência, da Assembleia Legislativa, lança a primeira Nota Técnica de 2021, com uma análise sobre dados monitorados de 2020, um ano violento em diferentes contextos.
Em um ano violento em diferentes contextos, foram registrados 4.039 homicídios no Ceará (média de 12 meninos e meninas mortos por semana), 16% do total foram adolescentes de 10 a 19 anos. Em Fortaleza, a cada dois dias um adolescente foi violentamente morto, e no Ceará, uma menina foi assassinada a cada 5 dias. Ainda que a pandemia da Covid-19 tenha nos colocado frente a frente com a morte, a paralização policial no Estado marcou o mês mais violento do ano e reforçou o contexto de vulnerabilidade que são parte das circunstâncias dos homicídios de adolescentes.
Além da absurda média semanal de assassinatos de adolescentes no estado, a média diária também assusta. No Ceará, uma menina foi violentamente morta a cada cinco dias, compondo um aumento de mais de 69% com relação a 2019. Em Fortaleza, o maior crescimento foi no homicídio de meninos, 101% em 2020, ano em que a cada dois dias um adolescente do sexo masculino era assassinado.
O material lembra também de casos recentes de homicídios contra adolescentes, a começar por este ano, com o crime brutal contra Keron Ravache, de Camocim. O assassinato de pessoas travestis e transexuais marcou o Ceará como o segundo estado brasileiro mais letal para essa população em 2020, com um aumento de 100% em relação a 2019.
Há destaque para o aumento de homicídios durante a paralisação policial em fevereiro, episódio que colocou o Ceará como responsável pelo aumento nacional da violência letal nesse período. Já as mortes por intervenção policial tiveram o 3º maior crescimento desde 2013, contabilizando uma média mensal de 12 pessoas vítimas da violência institucional no Ceará.
Esta é a quarta Nota Técnica elaborada pelo Comitê, produto de uma série que começou em maio de 2020, com o objetivo de discutir com a urgência necessária o contexto de violências no qual as principais vítimas são adolescentes. O tema da primeira nota abordou a pandemia do coronavírus e as epidemias de violência no Ceará; a segunda alertou para o crescimento de mortes por intervenção policial, colocando o estado na 2ª posição de maior letalidade nessa categoria no Nordeste; a terceira nota, lançada em outubro, mostrou que o homicídio contra crianças com menos de seis anos triplicou de 2019 para 2020.
Para acessar a nota, o link de download aqui.
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