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Nota de repúdio contra agressões sofridas durante manifestação do Dia da Consciência Negra

Governo do Estado do Ceará. através da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), reprime manifestação pacífica por conta do Dia da Consciência Negra (2020) - religiosos estavam em meio à tensão tentando dialogar. Foto: Júlio Caesar/ O POVO

Neste 20 de novembro de 2020, dia da Consciência Negra, a Pastoral Carcerária do Ceará, do alto de meio século de serviços prestados, voluntariamente, à sociedade cearense e ao nosso Sistema Penitenciário, vem manifestar publicamente sua indignação e espanto diante do que foi presenciado: a truculência policial sobre poucas dezenas de mulheres, crianças e idosos, inclusive padre e freiras desta instituição.


A manifestação pacífica, contundente e verdadeira, expressava a dor das famílias que são discriminadas, como se "ser familiar de preso fosse crime" (sic) e denunciava, como é feito insistentemente há dois anos, torturas e maus tratos. No entanto, no cume de sua violência institucional, o Estado desrespeitou esse direito constitucional de expressão e, criminosamente, atacou aos manifestantes.


Está a olhos vistos a omissão das autoridades responsáveis. Em verdade, pelo silêncio dos órgãos competentes, sugere-se um apoio incondicional a essas atrocidades. A indiferença à dor e miséria dessas famílias parece ser lugar confortável para as autoridades responsáveis pousarem e permanecerem.


Sobre a competência dessa gestão prisional, uma pergunta não aceita calar: por que uma polícia (Polícia Penal) precisa chamar outra polícia para calar a voz de poucas pessoas pacíficas e desarmadas, incluindo padre e freiras?


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Diante dos fatos, inúmeras imagens e vídeos que não geram dúvidas quanto à covardia do Estado, esta Pastoral exige que o episódio de violência seja apurado e os responsáveis punidos.


Integrantes da Pastoral Carcerária do Ceará tentam negociar trégua entre polícia e manifestantes durante manifestação neste dia 20 de Novembro (2020), dia da Consciência Negra. Imagens: Francisco Vladimir.



Desproporcionalmente e com violência, polícia do Estado do Ceará impede manifestação pacífica em frente à sede da Secretaria de Administração Penitenciária do Ceará, no bairro Meireles, área nobre da capital cearense. Imagens: Francisco Vladimir.


Troféu não recebido, mas entregue. A reação da SAP demonstra que as reivindicações eram justas e verdadeiras.


Se é assim na rua, onde todos veem e registram, imagine-se dentro dos cárceres, sem nenhuma fiscalização e com a bênção dos que têm obrigação de combater esse crime.


Finalizando, a Pastoral Carcerária reitera publicamente, mais uma vez, sua missão:


“Ser a presença de Cristo e da comunidade eclesial no mundo dos cárceres, contemplando em cada encarcerado (a) o rosto do Cristo crucificado, reconhecendo que todo ser humano é intocável em sua dignidade, mesmo após o erro e acreditando na possibilidade de conversão de todos (as)”. E seus objetivos gerais: “Garantir o direito da população carcerária à assistência religiosa; Acompanhar os presos em suas necessidades pessoais e familiares; Priorizar a defesa intransigente da vida, bem como a integridade física e moral dos presos e familiares; Monitorar sistematicamente o Sistema Penitenciário.”

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A Pastoral Carcerária do Ceará


Fotos da galeria: Daniel Galber/divulgação




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