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Editorial: IPPOO- I, a queda de uma muralha


Areninha em Groaíras, interior do Ceará, inaugurada em maio de 2019, faz parte de um dos projetos melhor avaliados do Governo do Estado do Ceará. Área do antigo IPPOO-I também receberá equipamento do tipo. (Foto: Tiago Stille - Gov do Ceará)

A Pastoral Carcerária do Ceará tem em sua missão um esperançar, vindo de diversas fontes filosóficas e poéticas, por um mundo sem cárceres. E, principalmente, fidelidade às práticas evangelizadoras de Jesus.


A notícia veiculada no jornal diário do nordeste do último dia 14 deste mês e ano fluentes, entre outros coisas, nos renova o esperançar poético de Cora Coralina (1889-1985), pelo qual nos inspira quando diz:


“Tempo virá.

Uma vacina preventiva de erros e violência se fará.

As prisões se transformarão em escolas e oficinas.

E os homens imunizados contra o crime, cidadãos de um novo mundo, contarão às crianças do futuro estórias absurdas de prisões, celas, altos muros, de um tempo superado.”


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Traz a notícia que a estrutura do antigo Instituto Penal Olavo Oliveira – IPPOO-I dará espaço a um centro desporto-cultural, equipamento que contará com diversos itens de cultura, esporte e lazer. O processo licitatório para as obras, a um custo de R$ 10.000 (dez milhões de reais), está previsto para o mês de novembro próximo vindouro. Que alegria para a comunidade!


A muralha cairá! E de sua cor acinzentada surgirá cores diversas. E das memórias tristes de choros e ranger de dentes que seus blocos de concretos suscitam, a quem por suas proximidades transita, nada mais restará com o tempo. Esta Pastoral se regozija juntamente com a comunidade local do Bairro Itaperi, em Fortaleza (onde está localizado o equipamento).


O esperançar nos reanima todo dia a continuar na luta e na crítica proativa, participando e agindo para que as injustiças do sistema prisional cearense um dia caiam ao chão, como cairão, em breve, as débeis muralhas do IPPOO-I.


No ensejo a que nos cabe aproveitar, a partir desse editorial, a Pastoral Carcerária do Ceará ousa propor ao governo do Estado que esse feliz e oportuno empreendimento possa honrar a memória de um dos grandes líderes da igreja católica para as questões do sistema prisional cearense, Dom Aloísio Lorscheider (1924-2007). Certamente, sua história de humanização e luta por justiça no cárcere e nas periferias existenciais, ainda hoje pulsa nas veias pastorais impelindo-nos à não desistências ante ao recrudescimento da política penitenciária ora em voga neste estado do Ceará.


Benvindas as adesões das demais pastorais e organizações verdadeiramente comprometidas com a Agenda Nacional pelo Desencarceramento.

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